A banda sergipana DonaLi, formada pela cantora Fernanda de Aquino e pelo multi-instrumentista David Davi, lançou nesta terça-feira (14), em todas as plataformas digitais o seu novo álbum “Mangaba Sound. O novo trabalho, financiado com recursos da Lei Aldir Blanc por meio de edital da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), remete às origens da banda e também chama atenção para o desmatamento das regiões de Mangabeiras, árvore símbolo do nosso estado e principal meio de sustento de diversas famílias.
Mixado e masterizado por João Meirelles, que vem se destacando no cenário por seu trabalho acompanhando o Baiana System, o álbum Mangaba Sound, traz seis músicas inéditas e dois bônus tracks de regravações de canções que já estavam no repertório da DonaLi. Há também as participações especiais de Alex Sant’anna, que cedeu a música “Amanhecerá”; de Danilo Lumiano que escreveu e recita um poema/oração na canção “Ave Bala”; e de Thiago Ruas, que fez um feat na canção “Fragmentos”, de autoria do seu saudoso irmão Pablo Ruas.
De acordo com David Davi, o álbum Mangaba Sound dá continuidade a mesma proposta do EP Cocar Serigy: uma abordagem cosmopolita do regional e vice e versa. “Esse novo trabalho que busca se adequar às novas dinâmicas do consumo de música, onde não se delimitam mais nichos, tribos, ao contrário, as conecta. O álbum conversa com várias frentes em um regionalismo não mais compreendido em uma forma específica, mas, em seu conceito”.
David explica ainda que parte das canções foram escritas nesse período de pandemia e, por isso, trazer um sentimento maior de questionamento e reflexão diante da tragédia que vivemos. “Em ‘Ave Bala’ se debatem aspectos da realidade das periferias do país, em um paralelo com o poema ‘Morte e Vida Severina’ de João Cabral de Melo Neto. ‘Todo o Suficiente’ questiona essa dinâmica acelerada e opressora da busca por reconhecimento, em sua maioria imposta pela própria sociedade. E em ‘Dia Frio, Noite Clarão’, temos um arrasta-pé eletrônico onde se questiona essa estrutura de poder e o estado de exceção no qual estamos todos inseridos e de como somos ludibriados com as distrações recorrentes”, detalha.
“Mangaba Sound” também alerta para o desmatamento das regiões de ocorrência natural das Mangabeiras, principalmente, pelo avanço da especulação imobiliária, pelo crescimento de outras culturas agrícolas e pela aquicultura. “Essa percepção se deu com a nossa mudança para a cidade da Barra dos Coqueiros, o que nos permitiu visualizar esse processo de expansão imobiliária e, por conseguinte, de degradação do meio ambiente. Sergipe, que já foi o maior produtor de mangaba do país, perdeu esse posto para a Paraíba e hoje vê o risco de extinção das regiões de extração da fruta, o que impacta a vidas de milhares de famílias, que sobrevivem da coleta da Mangaba, exclusivamente ou associada à pesca e à coleta de crustáceos e mariscos”, explica a cantora Fernanda de Aquino.
Sobre a DonaLi
Criada em 2013, a banda sergipana DonaLi, formada pela cantora Fernanda de Aquino e o multi-instrumentista David Davi, tem um jeito próprio e sofisticado de fazer música.
Em seu currículo, a DonaLi traz os álbuns “Ideário” (2013); “Da Beleza Humana e de Outras Mentiras” (2015); e “Donali – Ao Vivo no Showlivre.com”(2020); além de um Ep denominado “Cocar Serigy” (2020) e três singles: o “2 em 1” (2014); “A Ópera Insana” (2018) e “Em Círculos (2020)”, que é uma releitura da música do artista Alex Sant’anna.
A banda possui cinco clipes oficiais: “Sombra do Cajueiro”, “2 em 1”, “Gostoso Demais”, “Nova Normal” e “Fragmentos”.
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